sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Conta dos Erros das Elites Sobra Sempre Para os Menos Favorecidos.

Desde que o mundo é mundo é assim, e o ciclo se repete agora na Europa;
Não é por acaso que na Europa  as populações protestam através de  passeatas, greves e confrontos com a polícia. Em Portugal, França, Inglaterra, Grécia, Irlanda e outros países sucedem-se manifestações cada vez menos pacíficas  contra os governos respectivos, elevando a temperatura em suas capitais e principais cidades. O cidadão comum europeu, com os estudantes à frente, protesta contra a adoção das milenares receitas para enfrentar crises econômicas:  redução de salários, demissões de funcionários públicos, enxugamento das empresas privadas,  também com dispensa de trabalhadores, aumento de impostos e supressão de direitos sociais.
Tem sido assim desde que o mundo é mundo: a conta dos erros,  excessos e incompetência das elites vai para os menos favorecidos, incluindo-se  a classe média  no rol. Mesmo variadas, as causas da crise debitam-se em especial à especulação financeira,  à ganância e à irresponsabilidade  dos grupos econômicos,  em geral artífices, formadores e integrantes  dos governos.
Desta vez generaliza-se  a reação dos oprimidos. Nada que possa redundar em revolução  ou impasses institucionais profundos, mas, com toda certeza, movimentos capazes de alterar o equilíbrio político-partidário vigente na maioria dos países referidos.  Basta esperar as próximas e sucessivas eleições para constatar que o conservadorismo estará saindo pelo ralo. Em termos democráticos, é a melhor solução, caso haja tempo para a extinção por via pacífica  da farsa das elites.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

8/11/2010 - 17:55h Dormir com a TV ligada pode causar depressão, dizem neurocientistas


DA EFE – FOLHA.COM

Dormir com a televisão ligada pode causar mudanças físicas no cérebro que são associadas à depressão, segundo estudo realizado com hamsters por neurocientistas americanos.
Pela primeira vez fica demonstrado que a luz durante a noite, por mais fraca que seja, produz alterações no hipocampo, uma das principais estruturas do cérebro, que desempenha um papel fundamental nos transtornos depressivos.
O estudo, realizado por pesquisadores da Ohio State University, foi apresentado nesta quarta-feira em San Diego (EUA) na reunião anual da Sociedade para a Neurociência.
“Uma luz branda pela noite é suficiente para provocar um comportamento depressivo nos hamsters, que pode ser explicado pelas mudanças que observamos em seu cérebro após oito semanas”, assinalou a estudante de doutorado Tracy Bedrosian, coautora do estudo.
“Os resultados são significativos porque a luz utilizada não era intensa, e sim equivalente a de uma televisão em um quarto escuro”, diz Randy Nelson, professor de neurociência e psicologia da universidade,
Tracy explicou à Agência Efe que, embora não seja possível garantir que ocorra o mesmo efeito em um ser humano, o impacto da luz não varia em função do tamanho.
“Uma exposição crônica à luz pela noite é um fator relativamente novo na história da humanidade e não é natural, por isso reduzir a iluminação artificial enquanto dorme é conveniente”, acrescentou.

CICLO DE LUZ
O estudo foi realizado com hamsters siberianas sem ovários, para que os hormônios não interferissem nos resultados.
Metade delas foi introduzida em um habitáculo onde foram expostas a um ciclo de 16 horas de luz e oito horas de escuridão total, e a outra metade a 16 horas de luz diurna e oito horas de iluminação tênue.
Após oito semanas nessas condições, as hamsters que dormiram com luz durante a noite mostravam mais sintomas de depressão que as demais.
Os testes são os que as farmacêuticas normalmente fazem para experimentar remédios antidepressivos e contra a ansiedade, e também medem a quantidade de água doce bebida, afirma o estudo.
Normalmente os roedores gostam de beber água, mas os que têm sintomas de depressão não bebem tanto porque, aparentemente, não têm o mesmo prazer nas atividades.
Ao examinar o hipocampo dos hamsters depois do experimento, os cientistas comprovaram que os que dormiram com luz tinham uma densidade menor de espinhos dendríticos, finos prolongamentos das células cerebrais que transmitem mensagens de uma célula a outra.
“O hipocampo desempenha um papel importante na depressão e encontrar mudanças nessa região é significativo”, afirmou Tracy.
No entanto, não foram encontradas diferenças entre os grupos quanto aos níveis de cortisol, hormônio do estresse que normalmente é associado às alterações no hipocampo.
Segundo os cientistas, a explicação mais plausível para as mudanças registradas no cérebro dos hamsters é uma deficiência de melatonina, hormônio que deixa de ser excretado quando há luz.
O próximo passo dos cientistas é analisar o papel do hormônio neste processo.
Os resultados coincidem com estudos anteriores nos quais Nelson e seus colegas descobriram que uma luz intensa constante pela noite está ligada a sintomas depressivos e a um aumento de peso em ratos.

Pastrami



O pastrami é uma preparação que, na essência, não difere muito da carne-de-sol dos nordestinos: a carne é salgada e curada ao ar livre. Um método empregado no passado visando a conservação do alimento. Era assim que romenos e armênios preparavam a pastrma, que, de acordo com a enciclopédia britânica Oxford Companion to Food, deu origem ao pastrami americano. A pastrma era feita com carne de segunda e muito popular entre as famílias pobres do Levante e dos Bálcãs.


O fato é que o pastrami como o conhecemos hoje nasceu de um arroubo de nostalgia dos judeus que imigraram do leste europeu na segunda metade do século 19. Em terras estrangeiras, eles reproduziram as receitas de casa.

O pastrami tradicional das delis nova-iorquinas e ícone da culinária judaica americana  é feito com peito do boi . A carne é primeiro curada na salmoura e esfregada com alho e especiarias, entre elas pimenta-do-reino e coentro em grãos. Depois é defumada. 

O Senador e a Jornalista 10


Santa acordou num quarto escuro e muito equipado. O padre segurava sua mão.
- Onde estou?
- Está segura, minha filha. Agora, o que mais precisa é descansar.
- Quem me trouxe para cá?
- Eu.
- Que lugar é esse?
- Uma clínica.
- O que vim fazer aqui?
- Durma em paz e amanhã conversamos, pode ser?
Mal o padre terminara de falar e Santa já estava de volta em um sono profundo, sedada mais uma vez.
Quando acordou foi informada pelo padre que, a pedido do Senador, da empresa e da mulher do jornalista todos, inclusive ele, acharam melhor tirar o bebê de seu ventre. Santa entrou em choque, estado que durou duas semanas. Durante este período, às vezes tentava chorar, mas as lágrimas não vinham. Foi tomada por um vazio, uma angústia que durou muitos meses. Neste período ficou na sacristia, sob os cuidados do padre, com a anuência do bispo. Afinal, ela só tinha mesmo o pai com quem contar. Aos poucos se recuperou e voltou a trabalhar. Mas a desilusão era tão grande, que não tinha mais vontade de se arrumar. Fora de peso e sempre descuidada foi ficando inviável aparecer na TV. Um dia o chefe a chamou e ofereceu uma vaga de editora de texto. Indiferente, Santa aceitou. Depois de um tempo arrumaram para ela um cargo de chefia sem grandes responsabilidades. Da única vez em que reencontrou o Senador, nos corredores da emissora, cuspiu-lhe na cara e chamou-o de porco. Ele fez como se não fosse com ele e seguiu em frente. Santa adotou seu segundo nome, Maria. Nunca mais ficou sem antidepressivos e remédios para dormir. Tem uma boneca, presente de Su, que cuida como fosse seu bebê. (não continua)

Por Marco Aurélio Mello

O Senador e a Jornalista 9


Santa contornou o Parque da Cidade a pé e seguiu em direção à W3 Sul. Queria encontrar a pequena igreja que tinha visto por ali. Se não estivesse enganada era na quadra 103. Atormentada, lembrou-se da devoção e religiosidade da avó. Foi quando as lágrimas começaram a descer. Entrou e foi direto ao confessionário. Em poucos minutos ouviu alguém cerrar a porta e desatou a falar. Contou da infância, das angústias, da falta do pai e da mãe. Falou da tia e da avó. Desabafou sobre a vida no Rio e tudo o que de errado fez. Não se sentia culpada, mas carregava um peso, algo do qual precisava se livrar, antes de ser mãe. O padre ouvia com atenção. Santa descreveu também como foi a chegada em Brasília e o romance com o Senador. Descreveu ainda o trabalho e ressaltou o carinho que cultivava pelo colega que estava agora num leito de UTI. Foi quando o padre, com forte sotaque italiano, disse:
- Posso ajudar você a dar um tempo daqui. Tenho algumas economias e posso levá-la para um lugar tranquilo, para que tenha seu bebê.
Achou aquela oferta curiosa e resolveu que ia pensar. Agradeceu, fez o sinal da cruz e saiu. Apanhou o primeiro táxi e seguiu para o hotel. Chegando lá recebeu a notícia de que dois homens haviam procurado por ela. Eram enviados do Senador, concluiu. Sobressaltada pensou que de protegida pudesse estar sendo perseguida.
- Eles disseram se iriam voltar?
- Sim, dentro de uma hora.
Santa tinha que correr. Subiu, pegou a mochila, colocou o que coube dentro e saiu apressada. Quando chegou de volta à igreja o padre não estava. Ficou desesperada, sem saber para onde ir. Foi quando uma mão grande veio por trás e colocou um lenço tapando sua boca e o nariz.
(continua)

O Senador e a Jornalista 8


- Alô.
- Sabe aquele jornalista que você me falou que estava saindo com a Santa às vezes?
- Sei.
- Vai lá e faça o serviço.
- Dá um susto ou apaga, chefe?
- Dá uma boa surra nele. Depois diga a ele que vai ser papai.
- Como sabe se é ele?
- Meu não pode ser, porque sou vasectomizado. Se a única pessoa com quem ela sai é ele, então é ele, oras.
- Mas não posso garantir que só saia com ele, chefe.
- Faça o serviço.
- Ok.
(...)
- Olá, trabalho com seu marido.
- Oi, já te vi na TV.
- Como ele está?
- O quadro é estável mais vai ficar em observação na UTI.
- Quando ele melhorar, diga que estive aqui.
- Digo sim, muito obrigada.
- Até logo.
(...)
- Alô.
- Su, encrencas.
- O que foi desta vez?
- Acho que o Senador desconfia que eu saía com o Ícaro.
- Por quê?
- Ele foi espancado por dois homens que disseram que a surra era presente para o futuro papai.
- Mas você não estava grávida do Senador?
- Não, Su, ele operou faz tempo e não pode mais ter filhos.
- Isso você não me contou. Quer dizer então que o pai...
- Hum-hum.
- Cara, você está mais enroscada do que eu pensava.
- Não sei o que fazer...
- Nem eu.
(continua)

por Marco Aurelio Mello

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O Senador e a Jornalista 7


- O que você acha que eu devo fazer?
- Se livrar do bebê, oras.
- Mas eu não quero.
- Santa, não seja boba menina, uma gravidez agora vai atrapalhar sua vida.
- Não se eu assumir sozinha.
- E você acha que o Senador vai querer?
- Sei lá, só vou saber depois de falar para ele.
- Eu acho uma fria. Você está começando uma carreira nova, não tem ninguém aí para te ajudar, vai carregar uma barriga nove meses, vai precisar de pelo menos mais dois anos até a criança não precisar tanto de você... Pense bem Santa.
- Vou conversar com ele primeiro.
- Faça o que achar melhor e, qualquer coisa, me liga.
- Ok, obrigada amiga.
- Se cuida.
(...)
- Alô.
- Quem te liga sou eu, lembra?
- Só estou ligando porque preciso muito falar com você.
- Conversamos na quinta, oras.
- Não vou conseguir esperar.
- Está bem.
- Pegue um táxi e vá para a casa do Lago. Te encontro lá às 18h.
- Ok.
(...)
- E, então?
- Estou grávida.
- Como assim?
- Estou grávida.
- E o que vai fazer?
- Vou ter o nenêm.
- O quê?
- Quero esse bebê.
- Você deve estar brincando...
- Não, estou decidida.
- Acho loucura. Você não vai poder contar comigo. Se alguém souber...
- Sabia, sabia, como sempre está só pensando em você.
- Veja bem, Santa, isso é uma loucura.
- Não faz mal. Não preciso de você!
- Pense mais um pouco, deixe as coisas ficarem mais calmas primeiro aí você decide...
- Já decidi.
- Bom, neste caso, acabou para mim.
- Você é quem sabe.
(continua)


Por Marco Aurelio Mello

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Senador e a Jornalista 6


- Su, é a Santa.
- Menina, tá viva?
- Sim, estou aqui em Brasília.
- Já faz tempo, heim?
- Oito meses.
- E o trabalho?
- É duro. Começo bem cedo, faço uma entrada ao vivo para o telejornal da manhã, gravo dois flashs para a programação local e faço uma reportagem para o telejornal da hora do almoço. Às vezes passo das duas, quando tenho que deixar alguma coisa gravada. E, uma vez por semana, gravo no estúdio para um programa da TV a cabo.
- Nossa, quanta coisa....
- É uma exploração o que eles fazem com a gente aqui. Você acredita que o meu salário é o piso de jornalista?
- Verdade?
- E se não quiser, tem fila para ficar com a vaga.
- Covardes, não?
- Nem me fale...
- E o bofe?
- Já estou cansada dele, mas liga duas vezes por semana e toda quinta-feira à noite nos encontramos.
- E o que faz nos fins de semana?
- Às vezes saio com uma colega, mas a cidade é muito chata. E você, Su?
- Na mesma. De casa para o trabalho, do trabalho para a casa. Faço meus shows no fim de semana e quando meu negrão quer passo a noite com ele.
- Su, preciso te contar uma coisa.
- É? Diga.
- Acho que estou grávida.
(continua)

Por Marco Aurélio Mello

O Senador e a Jornalista 5


Com indicação do Senador a vaga apareceu fácil na emissora. A jovem jornalista era bonita, tinha voz boa e sabia bem como se comportar. Mas tinha muita dificuldade em juntar as partes de uma reportagem de TV. Contou com a ajuda sempre prestativa do chefe de reportagem da tarde que, depois do expediente, ía para a ilha de edição com ela, mostrava os trechos mais importantes das entrevistas e dava idéias de como fazer para amarrar o texto. E, claro, sempre que tinha chance, passava uma cantada na garota. Ela gostava de tudo, inclusive dos galanteios do experiente jornalista, casado e pai de duas lindas filhas já adultas. Numa noite, num bar, achou que podia levar aquela história adiante, só para experimentar. Dali em diante passaram a se curtir de vez em quando.
- Como vai o trabalho? Perguntou o Senador.
- Vai bem, meu amor. Acho que estou evoluindo. O Ícaro, chefe de reportagem, é um sujeito muito legal. Faz tudo o que está ao seu alcance para ajudar.
- Ah, que ótimo, respodeu o Senador, meio desinteressado.
- O que vamos fazer?
- O de sempre, oras.
- Então tá.
Os dois seguiram no carro de vidros escuros até a mansão mobiliada à venda no Lago Norte, onde estavam acostumados a se encontrar. Era sempre a mesma coisa. Ela apanhava um táxi na porta do hotel, seguia para a Asa Norte e, no ponto pré-determinando, esperava discretamente o carro dele chegar. Sempre tinha uma mochila grande com fantasias (enfermeira, coelhinha, can-can...), maquiagem, cremes e uma troca de roupa, para o caso de numa emergência o pessoal da TV chamar. Os encontros duravam algumas horas. Champagne francês nunca faltou e quase sempre os dois recebiam comida de algum restaurante, pizzaria ou lanchonete que mandavam entregar. Depois de tudo, ele sempre a deixava num posto de gasolina onde ela pegava outro táxi para voltar ao hotel. (continua)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

É

A Folha de S.Paulo, Mayara Petruso e a tentativa de justificar o injustificável

Na última sexta feira, a Folha de S.Paulo publicou na página de debates um artigo intitulado “Em defesa da estudante Mayara”. Para quem não lembra, Mayara Petruso é a estudante que iniciou a onda de comentários preconceituosos (e violentos) contra nordestinos no Twitter, após a vitória de Dilma Roussef.
A autora do artigo é Janaina Conceição Paschoal, advogada e professora associada de direito penal na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Ela defende que Mayara “é um resultado da política separatista há anos incentivada pelo governo federal”. E complementa:
É o nosso presidente quem faz questão de separar o Brasil em Norte e Sul. É ele quem faz questão de cindir o povo brasileiro em pobres e ricos. Infelizmente, é o líder máximo da nação que continua utilizando o factoide elite, devendo-se destacar que faz parte da estigmatizada elite apenas quem está contra o governo.
Como não poderia deixar de ser, o artigo gerou críticas dos leitores que consideraram absurdo relevar as declarações de Mayara.
O Nassif publicou uma crítica esquematizada ao artigo, reproduzimos abaixo.
O artigo na Folha, de Janaina Conceição Paschoal – professora do Largo Sâo Francisco -, é tão primário, que dele é possível extrair algumas lições bem básicas sobre a miséria da retórica.
1. Para reforçar seu argumento mostre-se como parte não interessada na história.
É comum entre trolls da Internet. O sujeito entra, se diz petista e senta a pua na Dilma. Ou então apresenta-se como tucano e critica Serra. Janaína se apresenta no comentário da Folha como neta de pernambucanos para validar sua crítica aos nordestinos “anti-paulistas”. Depois, apresenta-se como não-católica, em um comentário em outro blog no qual defende os panfletos do padre Luizinho. Para assassinar princípios básicos de direito, nada como se apresentar como professora da matéria. Mas que depõe contra a reputação de excelência do Largo São Francisco, não há como deixar de depor.

2. O uso da carteirada acadêmica.
Consiste em se apresentar como professora de uma instituição respeitada para tentar dar respaldo acadêmico a afirmações banais ou partidárias. É o caso dela e do pequeno Carlos Guilherme Motta, que usa o nome da USP em seus bestialógicos.
3. O álibi científico para legitimar opiniões leigas.
No besteirol que postou sobre os panfletos do padre, ela se dizia titular de uma cadeira que estudava a matéria, onde concluímos (uso do plural majestático)  que a Igreja Católica sempre foi perseguida. Apesar de ela não ser católica, é claro.

4. O uso do plural, para simular estar falando em nome de um grupo, não dela própria.

Isso é tique do Largo São Francisco. Lembro-me de uma polêmica antiga com o professor Fábio Comparato, na qual o professor Goffredo da Silva Telles enviou uma carta para o Painel da Folha, dizendo que os MEUS leitores não ME  mereciam. Sem um centésimo da envergadura do professor Goffredo, Janaína usa o plural majestático para dizer que “nós” – dando a impressão de ser ela e um conciliábulo de sábios-  concluímos… uma bobagem qualquer.

O Senador e a Jornalista 4

O Senador e a Jornalista 4

- Vamos pela orla, respondeu Santa.
Enquanto o carro seguia veloz, a jovem jornalista fazia planos. Faria carreira de repórter de política em Brasília. Se tudo desse certo poderia até se casar. O Senador seria apenas a ponte para um caminho seguro. Rico e maduro, não daria um pingo de trabalho, desde que ela soubesse como levar. Mas teria que ser bastante cuidadosa, para ninguém desconfiar. Em Brasília? Difícil...
- Boa tarde.
- Tenho uma reserva.
- Preencha esta ficha, por favor.
- Claro.
- Aqui estão as chaves. O apartamento é o 1202.
- Obrigada.
O hotel era no Plano Piloto. Da varanda avistava-se a Esplanada dos Ministérios e lá no final o Congresso Nacional. A emissora era próxima. Durante algum tempo era ali que ela iria morar.
- Alô.
- Fez boa viagem, meu bem?
- Oi meu amor, fiz sim. Quando vamos nos ver.
- Na quinta-feira combinamos como fazer.
- E até lá eu faço o quê?
- Alugue um carro, passeie, vá às compras. Aproveite! Você ainda está com aquele cartão de crédito que deixei com você?
- Sim.
- Então agora ele é todo seu, pode gastar.
- É mesmo?
- É mesmo. (continua)


por Marc Aurélio Mello

O Senador e a Jornalista 3


- Su?
- Sim.
- Estou indo para Brasília.
- É mesmo?
- É. Vou a convite do Senador.
- Juuuuuuuura!
- Ele mandou passagem e disse que vai arrumar um emprego para mim como repórter de TV.
- Cuide-se menina e qualquer coisa que precisar é só ligar.
- Um beijo minha amiga. Você mora no meu coração.
- Você também.
Su desligou o telefone e pôs-se a lembrar. Santa estava na pior quando se conheceram. Sem mais nem menos, o dinheiro que o prefeito mandava minguou. E voltar para o norte de Minas nem pensar. Para pagar faculdade e todas as despesas no Rio, só mesmo "usando o diploma que Deus deu". A boate em Copacabana era ponto de encontro de drag queens e garotas de programa. Santa era uma unanimidade, principalmente entre os fuzileiros navais, que vinham de intercâmbio. Santa também frequentava os booksdos principais hotéis da zona Sul. E, sempre que convidavam, figurava num programa de humor.
- À beira-mar ou pelo Túnel Rebouças? Perguntou o taxista. (continua)
por Marco Aurélio Mello

O “até logo” de Serra

Alguns se surpreenderam, os íntimos não tinham a menor dúvida: Serra não “desapareceria”. Tem três metas-possibilidades: prefeitura de São Paulo-governo do estado-presidência. Já fez isso antes, se elegeu prefeito garantindo, “vou ficar até o fim do mandato”, ficou 15 meses, se elegeu governador, também não completou.
Tem conversado, sabe até que para a Prefeitura enfrentará Dona Marta, do PT. Com a arrogância e a suficiência habitual, diz: “Dessa eu ganho, já ganhei”. Não terá problemas de legenda para a Prefeitura. Mas para governador e a possível terceira candidatura a presidente, com 72 anos, dificilmente conquistará o PSDB.

por Helio Fernandes

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Senador e a Jornalista 2



Foi à beira do açude que o pai chamou o filho para conversar. Homem de posses, coronel do sertão alagoano, tinha planos para o rapaz.
- Você vai para a capital estudar.
- Sim senhor, meu pai.
- Quero que volte doutor. Não se preocupe com dinheiro. Do que precisar eu posso pagar.
- Obrigado meu pai. Vou te encher de orgulho. Não vais ter do que reclamar.
- Faço fé no seu futuro, meu filho.
E assim foi. Quando voltou advogado, no primeiro pleito virou vereador. Depois prefeito, deputado estadual e por pouco não concorreu a governador. Mas os planos do partido eram outros e ele foi para Brasília, como deputado federal. A carreira foi rápida. Da formatura como advogado à diplomação na Câmara Federal apenas 10 anos se passaram. Habilidoso, logo pegou gosto pelos negócios da política. Aprendeu a mexer no orçamento da União, a fazer favores para deputados do baixo clero e o melhor, a concentrar poder. Não demorou muito virou líder de bancada, depois de partido e de governo. Com a reeleição, duas vezes, o caminho estava aberto para virar Senador. (continua)
por Marco Aurélio Mello

O Senador e a Jornalista


Foi numa procissão em louvou à padroeira que eles se conheceram. Ela com apenas 14 anos de idade e o missionário, recém chegado da Itália, com 23. Foi um encontro lindo, arrebatador. O padre fora designado para a pequena paróquia do Vale do Jequitinhonha. A garota morava a cerca de 50 km de distância, numa localidade próxima. Não tardou e passaram a manter um romance secreto. A mãe da menina, viúva, beata e ceramista, fazia vistas grossas. Criava a filha caçula e a irmã mais velha, com a ajuda da avó. O marido, caminhoneiro, tinha morrido ao volante, num acidente horroroso. Não passaram muitos meses e a garota engravidou. Assim que a notícia correu, o padre foi transferido para outra diocese bem distante, destino que o bispo se recusava a revelar. A gravidez foi de risco. É como se no ventre a garota fizesse crescer tudo aquilo que quisera ser. No oitavo mês a bolsa estourou. Para não perder o bebê, a menina foi levada até a capital, onde veio a falecer. À pequena sobrevivende, alva e dos olhos bem verdes, deram o nome de Santa. Abençoada, cresceu sob o manto sagrado da igreja. Não havia necessidade da família que o bispo deixasse de atender. Bastava apenas uma solicitação e logo o mensageiro trazia o envelope com o dinheiro do dízimo, desviado para nobres fins. O pacto de silêncio incluia a irmã da morta, a mãe e a avó. Santa cresceu com conforto. Nunca entendeu o papel do bispo, nem nunca teve curiosidade de saber quem era seu pai. A tia virou funcionária pública e durante muitos anos foi confidente fiel e amante do prefeito da localidade. E foi graças a ela que Santa conseguiu prosserguir no Rio os estudos em Comunicação Social. (continua)

Em defesa do diploma

O “seu” Manoel,  dono do açougue ali da esquina,  é um craque na arte de cortar carne.Tira cada filé e cada costela que fazem gosto. Por conta disso deve pendurar  o avental, vestir um jaleco,  entrar no Hospital  Distrital e operar alguém de apendicite? O camelô da estação rodoviária é  um mestre da palavra. Vende tudo o que apresenta em sua bancada, convence todo mundo. Estará autorizado a usar a beca, ingressar no plenário do Supremo Tribunal Federal e defender algum cliente?
Pois é. Por dispor do dom de escrever bem, qualquer cidadão poderá exercer a profissão de jornalista? Torna-se o diploma desnecessário, como nos dois casos anteriores? Será a universidade dispensável para o exercício da medicina e da advocacia?
O dom de escrever faz o escritor, e nenhum deles está proibido de escrever em jornal. Mas deverá fazê-lo como colaborador, não como jornalista.  Porque ser jornalista não é ser melhor nem pior do que  escritor. É apenas  diferente, pelo acúmulo de conhecimentos adquiridos nos cursos de comunicação,  desde saber editar, selecionar, reportar e diagramar até receber conhecimentos de História, Filosofia, Ética, Geografia, Política e quanta coisa a mais?
Outra vez discute-se a necessidade do diploma para jornalistas, ressurgindo a tese  de sua inocuidade. Alguns ingênuos e certos malandros tentam obter da Justiça o reconhecimento de que,  para ser jornalista,  basta a boa vontade. Ou a má. Na realidade,   muitos pretendem evitar o sentimento de classe forjado nos bancos universitários, responsável por evitar que a informação se transforme numa gazua a serviço de interesses variados. Além de dar à categoria força suficiente para reivindicações salariais.
Houve tempo em que para ingressar numa redação bastava ser amigo do dono do jornal ou recomendado por alguém de suas relações. A lealdade do jornalista era para com o patrão, muito mais do que para com  a notícia. Com a exigência do diploma, alterou-se a correlação de forças, precisamente o que muitos pretendem evitar. É claro que existem os bem intencionados adversários do diploma de jornalista, mas é bom prestar atenção. Ou se posicionam, também, contra o diploma de médico e de advogado?
Outro argumento a desfazer é o da precariedade dos cursos de comunicação, muitos deles formando jornalistas que escrevem “sal”  com “ç”. Se  for assim, que se renove o estudo do jornalismo, que se aprimorem as cadeiras e se exija muito mais dos formandos. O mesmo se aplica, por exemplo, aos advogados e à proliferação de cursos de Direito. Vale, nos dois casos, a lei do mercado. Os bons obterão sucesso.
por Carlos Chagas

PADRE GENTIL E PAULO MARCOS PARTICIPAM DO NOTICIA INTERATIVA DESTE SÁBADO

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No programa Notícia Interativa de nº 37 deste sábado (13/11) os convidados foram Padre Gentil Campos Lopes Júnior e o Paulo Marcos Teixeira.
Padre Gentil falou das modificações implantadas na Paróquia de Santa Bárbara desde sua posse ocorrida em 28 de janeiro passado e da longa tradição de 74 anos, mantida quando estavam a frente da então única paróquia de Guaranésia, Monselhor Ricardo Grella (in memorian) e Padre Alvaro Alves da Silva, seu antecessor.

Paulo Marcos falou da felicidade pela vitória da então candidata a presidência da república Dilma Roussef, do posicionamento do eleitorado em relação ao trabalho feito pelo partido desde 2002 e das implicações deste cenário nas eleições municipais de 2012.


Padre Gentil quando perguntado sobre a necessidade de transformações dentro da Paróquia, disse que este é uma tema atual, onde a Igreja num todo deve se atualizar  utilizar das novas formas de evangelização para atingir o seu propósito, afirmando que a verdadeira novidade é "a a palavra de Cristo".
Disse da necessidade de cativar os jovens, pois hoje as igrejas competem em razão de desiguldade com a tecnologia e os muitos "afazeres" que o jovem tem, devendo as inovações ser aliadas ao trabalho ao trabalho da paroquia através das várias pastorais da Igreja.
Quando perguntado sobre seu posicionamento em relação aos ultimos fatos envolvendo a Igreja, quando da colocação de alguns padres favoráveis e contrários aos candidatos à presidência da república, disse que a colocação direta favorável ou desfavorável a nomes ou partidos deve ser evitado. Mas que a orientação quanto a temas deve ser manifestada sim e no caso em questão o aborto, este era e é um tema que afronta a vida e aos desígnios de Deus.
Por fim destacou os trabalhos realizados em preparação a Festa de Santa Bárbara 2010 que acontece de 02 a 12 de dezembro e da Novena em Louvor a Padroeira de Guaranésia do dia 25/11 ao dia 03/12, com a presença de padres convidados para as celebraçoes.
Convidou a todos para participarem no próximo dia 21/11 da apresentação dos "Pequenos Cantores de Cássia" anunciando para breve a realizaçao de evento em comemoração aos 55 anos de sacerdócio de Padre Álvaro Alves da Silva.

Paulo Marcos afirmou que estava mais feliz pela vitória da candidata Dilma por ter percebido nas urnas uma aceitação positiva do trabalho realizado pelo governo Lula, o que demonstrava que o povo decidiu por isto de forma bastante tranquila, pois hoje este povo pode sonhar, acordar de bem consigo mesmo e planejar para o futuro através da estabilidade da moeda e a garantia de emprego.
Quanto ao reflexos da vitória de Dilma nas politicas municipais, disse que isto vai depender das articulações entre partidos, pois é dificil se prever um quadro para a proxima eleição municipal guranesiana, devendo qualquer nome ser um decisão do PT guaranesiano.
Quanto a colocação de analistas de que o resulatdo poderia ter sido diferenciado se o candidato tucano fosse o ex-governador de Minas Aécio Neves ao invés de de José Serra, Paulo Marcos disse que é difícl sair para uma campanha quando a divergências internas dentro do partido e que isto se reflete na postura e aceitação do candidato no período eleitoral, pois o proprio partida não comungava de uma mesma ideia anteriormente, ou seja o que começa errado tende a continuar e terminar errado.
Quando perguntado sobre a possibilidade de um nome do partido para disputar a proxima eleição municipal, disse que seu nome está sujeito a aprovação do partido e aceitação popular, sendo uma decisão dos companheiros, mas que desde já se presdipunha a trabalhar, levantar mais uma vez esta bandeira e apresentar propostas para o que chama de uma administração participação e que possa vir realmente de encontro aos anseios do povo.
Postado por Daniel no(a) Sábado 13 Novembro 2010 - 15:52:24 

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